quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ARTIGO SOBRE O BBB

ARTIGO SOBRE O BBB

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. [...] Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
[...] Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

Nacionalizar a luta #ContraOAumento no país inteiro! Transporte público tem que ser gratuito!


Nota da Oposição de Esquerda da UNE


Após um 2011 de muitas lutas, 2012 começa sendo agitado pela juventude indignada que toma as ruas na luta contra o aumento das passagens de ônibus em várias cidades brasileiras. A luta contra esse aumento está movendo a juventude brasileira, colocando-a novamente nas ruas. Nesse contexto de lutas, a unidade dos setores combativos é real e se faz necessária.

O aumento da passagem de ônibus é um dos primeiros efeitos imediatos que a crise econômica traz ao nosso país, Dilma e os prefeitos querem passar a conta para a juventude e os/as trabalhadores/as. Com a forte recessão financeira pela qual estamos passando no mundo todo, a saída que os governantes encontram são os planos de austeridade e os cortes de gastos públicos, principalmente via transferência destes gastos para o setor privado, acarretando um maior custo de vida para a população, como estamos vendo no caso da tarifa. Sem falar que a prioridade de Dilma em 2011 foi o pagamento dos juros da dívida, que consumiu 47,19% do orçamento. Em 2012, já se espera um corte de 60 bilhões do orçamento.

Dando seqüência a um movimento de lutas e indignações que marcaram o ano de 2011, estudantes e trabalhadores/as na cidade de Teresina/PI retomaram a luta iniciada em agosto do ano passado contra o aumento da passagem do transporte público. Da mesma forma acontece em Vitória, onde as ruas têm sido palco de intensas manifestações. Essas duas cidades, para além das grandes mobilizações, tiveram sua luta colocada em destaque na mídia nacional por conta da forte repressão policial, que foi amplamente divulgada pelas redes sociais. Em Teresina, já foram 40 presos em manifestações. Em Vitória, um estudante foi indiciado e outros intimados a prestar declarações ainda essa semana. A intenção dos governos é criminalizar o movimento para enfraquecê-lo, porém o que vemos é uma reação inversa: a cada novo ato de repressão, mais pessoas se indignam e aderem às manifestações, mostrando que a revogação do aumento da tarifa é indispensável. Por isso, se faz necessária a unificação do movimento estudantil com os/as trabalhadores/as e a população, só assim teremos vitórias como a greve dos Bombeiros e PM do CE.

Além de Teresina e Vitória que ocuparam posição de destaque nacionalmente nas últimas semanas, a luta #contraoaumento está gerando protestos de Norte a Sul do país. Já são inúmeras as cidades com manifestações pedindo o não-aumento da passagem, como: Uberlandia/MG, Campinas/SP, Aracaju/SE, Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Joinville/SC, dentre outras. Unir estas lutas é tarefa fundamental, fazendo com que o movimento contra o aumento se torne ainda mais forte.

Na contramão dessa história, os setores governistas que dirigem as entidades nacionais dos/as estudantes secundaristas e universitários/as (UBES e UNE respectivamente) se omitem e até mesmo negociam junto a Prefeituras e Empresas, prestando um desfavor à luta dos/as estudantes e de toda a população que acaba pagando mais caro a conta dessa não-manutenção do direito do “ir e vir” no intuito de colocar o transporte como direito de todo e qualquer cidadão. Ao nosso ver, a direção majoritária da UNE e da UBES precisam se colocar contra quaisquer tipos de repressão e criminalização que o movimento sofra, e também devem estar ao lado desses/as estudantes que estão se mobilizando em todo país. É válido ressaltar que nossa luta deve ir muito além da redução (prioridade imediata), nossa luta deve ser por um transporte público realmente gratuito e de qualidade, que possibilite uma cidade menos poluída, suja e congestionada.

Neste sentido, nós, coletivos abaixo assinados, que compomos a Oposição de Esquerda da UNE, estamos comprometidos com a unificação deste processo de luta, tentando coordenar nacionalmente esta pauta, para mobilizar até barrar o aumento nas tarifas, repudiamos a repressão a qual os/as manifestantes de Teresina e Vitória sofreram, e nos posicionamos na defesa dos/as estudantes que estão na luta contra o aumento em todo o Brasil!


Construir a plenária nacional #ContraOAumento!
Dia 19/01 realizaremos atividades em diversas cidades simultaneamente, com atos de rua e reuniões contra o aumento. Fazemos um chamado a todos/as os/as lutadores/as das ruas de Belém, Teresina, Vitoria, Minas e todas as outras cidades que estão em luta a virem a Porto Alegre-RS no período de 24 a 29 n de janeiro para o Fórum Social Temático 2012. Neste espaço, realizaremos uma grande plenária nacional da Oposição de Esquerda e queremos realizar uma plenária nacional contra o aumento de tarifas construída com demais setores de luta do M.E. no dia 27/01, encaminhada pelo DCE UFRGS.

Resistir até a tarifa cair!

Juntos! Juventude em Luta
Coletivo Levante!
Coletivo Vamos à Luta!
Rompendo Amarras (Barricadas, Dialogação e Domínio Público)
Campo Contraponto
Viramundo
DCE UFU - Gestão Aos Que Virão
DCE UNAMA

17 de Janeiro de 2012.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Enchentes e desmoronamentos como resultado do desmatamento e o código florestal


As enchentes são fenômenos naturais que ocorrem quando a precipitação é elevada e a vazão ultrapassa a capacidade de escoamento, ou seja, quando a chuva é intensa e constante, a quantidade de água nos rios aumenta, extravasando para as margens dos rios. Existem, no entanto, as áreas de várzea que amenizam e controlam os estragos dos maiores volumes de água. Era o que deveria ocorrer, mas com as interferências do homem as inundações são intensificadas em vista de alterações no solo de uma bacia hidrográfica, tais como: a urbanização, impermeabilização, desmatamento e o desnudamento (eliminação da vegetação), o qual impossibilita a absorção de água, tornando esses fenômenos mais constantes e críticos.

Diariamente, vivenciamos e acompanhamos pelos meios de comunicação os estragos causados pelas chuvas costumeiras do começo do ano, centenas de cidades são alagadas, milhares de pessoas desalojadas, constantes deslizamentos de encostas, transbordamento de rios, soterramentos e mortes.

Todo mundo deve lembrar que ano passado somente no estado do Rio foram mais de 800 mortes em decorrência dos desastres provocados pelas chuvas e este ano, já houve mais de 30 mortes. Em Minas Gerais já são mais de 107 cidades que estão em situação de emergência, cerca de 60 mil pessoas estão desalojadas nos estados do Rio, Minas e Espírito Santo e por fim, há a estiagem castigando o sul do país. O Brasil se destaca pelas catástrofes naturais, que acontecem não por “rancor da natureza”, mas pela impossibilidade dela se sustentar e se renovar após tanto tempo de exploração de forma desordenada. O Rio de Janeiro foi colocado como o estado com um dos maiores desastres internacionais relacionados à chuva dos últimos 12 meses, de acordo com as pesquisas do Centro de Pesquisas de Epidemiologia dos Desastres (Cred) a pedido da BBC Brasil.

Na reportagem da BBC,vemos a manchete “Um ano após tragédia, mais de 200 continuam desaparecidos na Serra do Rio” essa fatalidade pode ser considerada apenas como “fúria da natureza” ou se refletirmos encontraremos fatores agravantes como : a falta de política habitacional, de fiscalização e regulação nas construções e de obediência a legislação ambiental?

Esses desastres poderiam ser evitados se os governos cumprissem a legislação ambiental e as prioridades dos investimentos fossem a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas, mas com o decorrer dos anos o poder público permitiu que fossem ocupadas áreas que por lei deveriam ser preservadas, como nascentes, as margens dos rios, lagos, mangues, as encostas muito inclinadas e os topos de morros.

Em um texto da Profa. Adriana Gioda do Departamento de Química Industrial da Univille( Joinville, SC), encontramos o seguintes dados:

"De acordo com a Profa. Ermíria Maricato (FAU/USP) foram construídos no Brasil 4,4 milhões de moradias entre 1995 e 1999, sendo apenas 700 mil dentro do mercado formal. Ou seja, mais de 3 milhões de moradias foram construídas em terras invadidas ou em áreas inadequadas.

Há uma relação direta entre as moradias pobres e as áreas ambientalmente frágeis (beira de córregos, rios e reservatórios, encostas íngremes, mangues, várzeas e áreas de proteção ambiental, APA). Infelizmente no Brasil a má gestão do solo, bem como, a ausência de uma política habitacional tem levado a esses fatos. Os invasores passam a ser considerados inimigos da qualidade de vida e do meio ambiente, quando na verdade eles não têm alternativas e isso ocorre devido à falta de planejamento urbano.

As consequências dessa ocupação desorganizada já são bastante conhecidas: enchentes, assoreamento dos cursos de água devido ao desmatamento e ocupação das margens, desaparecimento de áreas verdes, desmoronamento de encostas, comprometimento dos cursos de água que viraram depósitos de lixo e canais de esgoto. Esses fatores ainda são agravados pelo ressurgimento de epidemias como dengue, febre amarela e leptospirose."

Mais uma vez percebemos o descaso governamental tanto com a manutenção da moradia urbana das classes baixas no Brasil, como com o meio ambiente! Precisamos de políticas que beneficiem a condição de vida do cidadão, é inegável que legalizar e legitimar moradias civis, construções industriais e comerciais já construídas em terrenos de risco não são políticas eficientes, mas sim facilitadoras, precisamos que nosso representantes tenham olhos para a comodidade e segurança da população. Essa última que se obtém por meio de uma política de moradia e urbanização séria, respeitando as limitações naturais.Precisamos aceitá-las para assim proporcionar moradia segura à população dialogando com os benefícios que o meio ambiente, manipulado de forma sustentável e responsável, pode trazer.

Os desastres causados pelos fenômenos naturais demonstram de uma maneira clara que devemos preservar nossas florestas, mas infelizmente no Congresso Nacional está em votação o novo Código Florestal que é um retrocesso para a legislação ambiental brasileira uma vez que diminui as áreas de proteção permanentes, pois libera a atividade econômica em algumas APP’s, diminui as áreas que devem ser preservadas dentro de toda propriedade rural, legitima as ocupações em área irregular e anistia grandes desmatadores.

Com a nova lei aumentará os desmatamentos e a consequência disso é o aumento dos desastres naturais como o que os estados brasileiros estão vivenciando.

Uma das alegações da bancada ruralista e demais parlamentares para a flexibilização da legislação ambiental é a de que novas áreas serão destinadas à produção de alimentos, porém no Brasil existem 200 milhões de hectares em pastagens que são subutilizados, 61 milhões de hectares de terras estão degradados, prontos para serem recuperados para o cultivo.

Bancada ruralista, vejam alguns dados: 24 milhões de toneladas de solo agricultável são perdidos a cada ano correspondendo, no momento, a 30% da superfície da Terra. O mais alarmante é que a situação pode agravar-se.

Segundo os estudiosos, as maiores causas da desertificação são o excesso de cultivo e de pastoreio e o desmatamento, além das práticas deficientes de irrigação.

Diante disso, o Comitê Universitário em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável roga para que a presidenta VETE o novo Código Florestal e que se empenhe de fato para que não haja novos desastres decorrentes do descaso com a população brasileira.

Esperamos e lutaremos para que o Brasil seja protagonista na defesa e preservação das florestas e como bom anfitrião chegue na Rio + 20 dando exemplos reais de que o país busca um desenvolvimento sustentável.



O CALET FAZ PARTE DO COMITÊ UNIVERSITÁRIO EM DEFESA DAS FLORESTAS!