Como sabido por tod@s, há muitos anos a Educação Brasileira tem sofrido com o descaso da administração pública. Em 2010 menos de 3% do PIB foi investido em educação, enquanto que 44% foram destinados ao pagamento dos juros da divida interna.
O governo Lula implementou em seus oito anos de gestão a Reforma Universitária. Por meio de programas como REUNI e PROUNI, implantados à revelia dos estudantes combativos que de fato constroem um movimento estudantil sério e compromissado. Tais programas trouxeram problemas muito além da falta de estrutura física nas universidades. Mesmo com os poucos anos da existência desses projetos, o tempo nos mostra o que as antigas ocupações e manifestações já alardeavam: o sucateamento nefasto das Universidades. Com míseros recursos destinados à educação, hoje faltam salas de aulas, material bibliográfico, moradia estudantil; os hospitais universitários encontram-se em péssimas condições, há poucas verbas para pesquisa e extensão, e a assistência estudantil não garante a permanência de estudantes carentes . Outro problema decorrente da reforma universitária é ocasionado pela abertura inconsequente de vagas para calouros sem a equivalente contratação de professores e funcionários, e sem a expansão devida da estrutura física dos campi.
Em pouco mais de seis meses, a gestão Dilma Rousseff já demonstrou que não se diferencia das antigas práticas dos governos neoliberais. Nos quais os investimentos em questões sociais são relegados a segundo e terceiro planos. No começo do ano foi anunciado um corte de R$ 50 bilhões das áreas sociais. Na educação foi de R$ 3.1 bilhões , em contrapartida, o governo paga, POR DIA R$ 2 bilhões em juros em amortização da dívida.
Tendo em vista a situação caótica nas IFE’s, hoje assistimos no Brasil uma retomada histórica das greves contra o arrocho salarial e contra o corte de verbas. A categoria dos técnicos administrativos encontra-se há três meses paralisada. Várias associações de docentes aprovaram o indicativo de greve em suas assembleias e várias universidades estão nesse momento com suas reitorias ocupadas por estudantes, como é o caso da UFF, UEM e da UFSC. Na UFES de Alegre, os estudantes estão acampados desde o início da semana reivindicando questões básicas como RU e biblioteca. Na UFPR e UFMT as aulas estão paradas por conta das greves.
Não podemos esquecer que enquanto esse quadro caótico é desenhado, o governo investe bilhões na Copa do Mundo, Olimpíadas e o PAC. Isso sem mencionar o aumento do salário dos parlamentares. Aqui se levanta o questionamento certeiro: tem para empreiteiro, mas não tem para estudante? Esse questionamento é repetido por toda oposição de esquerda pelo Brasil a qual questiona e critica as atitudes inaceitáveis do atual governo.
Devemos ouvir o grito da juventude chilena sendo ecoado e fazermos uma greve geral que unifique todos os seguimento para sejamos capazes de derrotar o projeto neoliberal de educação que está demonstrado no novo PNE retrocedente e que possamos destinar 10% do PIB IMEDIATOS para a educação pública gratuita e de qualidade.
Na Universidade Federal de Santa Catarina a realidade não é diferente. Há três meses @s estudantes tem sofrido com a falta do Restaurante Universitário (que há anos se arrasta em uma reforma sem fim) e sem o Bandeijão Universitário (paralisado pela greve dos servidores). @s alun@s tem se alimentado a base de uma misera “ajuda de custo” no valor de 7,50 ao dia. Este valor, dado inclusive, a estudantes que residem na casa universitária, não pode ser utilizado em outro estabelecimento que não seja o restaurante dos servidores, que acumula uma enorme fila muitas vezes chega aos 40min e, sem relatar que o tal vale é “ofertado” apenas é o almoço. A bolsa permanência no valor de 364,00 R$ por mês também vem sendo questionada, pois há três anos não acontece reajuste da mesma, deixando-a cada vez mais defasada em relação ao custo de vida da cidade. Acreditamos que outro bom questionamento a ser feito é se de fato os nossos gestores conseguiriam sobreviver com estes valores e ainda arcar com xerox, livros e afins. Acho que já temos a resposta quando vemos que o tratamento destinado àqueles que pensam o futuro do país em nada vem se comparando com o salário dos parlamentares.
O movimento estudantil nunca se posicionou contra a maior abertura de vagas, mas sim contra o inconsequente atropelamento com o qual as coisas foram decididas. Não aceitamos que o acesso a universidade não comungue com sérios projetos de permanência estudantil. Estudantes carentes sofrem ainda mais. Estes são forçados a largar seus sonhos nos primeiros períodos cursados por não encontrarem meios para sobreviver aos custos da universidade dita “pública”. Infelizmente esta realidade não aflige apenas a UFSC pelas mesmas questões neste momento a UEM esta ocupada e UFF, UFPEL e UFMT estão em greve estudantil.
A Executiva Nacional dos Estudantes de Letras – ExNEL, e as demais entidades que abaixo assinam esta moção vem apoiar e louvar os estudantes de letras do Brasil que neste momento estão deixando o conforto das suas casas e a apatia de suas salas para se colocarem a serviço de todos aqueles que sonham com uma educação, pública, gratuita, de qualidade e para todos!
Executiva Nacional dos Estudantes de Letras- ExNEL
O CALET- UnB e o Coletivo Vamos a Luta DF apoiam firmemente essas pautas inadiáveis.
DALET – UFPE
CAL UNESC
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