sexta-feira, 29 de junho de 2012

Boletim da Greve

COMANDO ESTUDANTIL DE GREVE – UnB
Nº02 | 27 de junho de 2012
A GREVE É NO BRASIL INTEIRO: A EDUCAÇÃO FEDERAL PAROU!
Mais de 85% das 59 Instituições Federais de Ensino Superior Público (IFES) já declararam greve docente. A tendência é crescer nas poucas que não aderiram à paralisação iniciada dia 17 de maio. Em no mínimo 30 destas IFES também foi deflagrada greve estudantil, e tantas outras estão em processos de mobilização. A categoria dos técnico-administrativos, que nacionalmente iniciou sua greve no dia 11 de junho, hoje alcança adesão em cerca de 100% das instituições. Dia 13 de junho também iniciou a paralisação dos servidores federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica que já tem adesão de no mínimo 28 seções sindicais da categoria Brasil afora.
Ou seja, temos hoje um quadro que se encaminha para uma GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO FEDERAL no Brasil. E ninguém comprometido com a educação pública pode permanecer alheio a este crescente movimento, simplesmente ignorar este fato. Há que se entender o que se passa e mais: PARTICIPAR, pois somente a PARTICIPAÇÃO massiva na CONSTRUÇÃO deste movimento dará forças a ele para arrancar nossas reivindicações do Governo Federal.

GREVE GERAL NA UnB: AGORA AS AULAS DEVEM SER NAS RUAS!
Na UnB, além dos professores que estão em greve desde 21/05 e dos técnicos desde 11/06, a decisão pela greve estudantil foi aclamada instintivamente por cerca de 500 presentes na Assembleia Geral do dia 24/05, e referendada pelo voto favorável de 22 Centros Acadêmicos no CEB do dia 29/05. Esta decisão democrática em nossos fóruns deliberativos deve ser respeitada pela minoria e seguida com consequência por todos aqueles favoráveis. O que implica dizer que todos aqueles estudantes e CA’s favoráveis à greve devem colaborar com o possível para que esta luta seja efetiva. É essencial participar nas reuniões do Comando de Greve, nas atividades de vídeo, debate, “aulões” e manifestações públicas. O Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da UnB (CEPE) já aprovou a suspensão das datas finais do nosso calendário acadêmico, o que significa que todas as aulas desde 21/05 terão de ser repostas caso seja requerido pelos estudantes. Isto significa uma garantia a mais para não comparecermos às aulas… e ingressarmos nesta forte luta.

PELO QUE LUTAMOS?
As pautas do segmento estudantil na UnB extrapolam o mero apoio aos professores – o que por si já bastaria, pois suas condições de trabalho refletem-se em nosso ensino e porque amanhã poderemos vir a ocupar seus postos -, convergindo, então, em três eixos: 1)melhoria na ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, com ampliação da verba federal para a universalização das políticas de permanência com RUs, alojamentos, transporte e creche universitária, proibição da contrapartida de trabalho dos estudantes nas bolsas permanência e aumento de seu valor para o equivalente ao salário mínimo, atendendo toda demanda para que haja condições dignas de estudo; 2) maior FINANCIAMENTO PÚBLICO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA, alcançando o patamar de 10% DO PIB; e 3)DEMOCRATIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE PODER na Universidade, com PARIDADEpara eleições de cargos executivos, sendo que na UnB esta pauta já está garantida para eleição de Reitor, faltando a briga para alcançarmos as eleições paritárias para diretores dos campi e para a composição também PARITÁRIA nos Conselhos Superiores e Colegiados de Curso.

MOBILIZAR CADA UNIVERSIDADE PARA SE UNIR NACIONALMENTE
Para não se isolar do processo nacional de greve, estudantes grevistas da UnB participaram de uma Marcha Nacional em Brasília dia 05/06 e, juntamente com as delegações de outras 40 Universidades, realizaram uma Plenária com cerca de 2 mil estudantes para formação de um Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE). O CNGE, que se propôs a ter delegados eleitos diretamente nas Assembleias Gerais de cada Universidade, foi efetivamente constituído no dia 18/06 em uma reunião no Rio de Janeiro, paralela à RIO+20, na qual participaram 53 delegados de 38 instituições e mais de 300 presentes. Os delegados do CNGE se instalarão de forma permanente em Brasília (na FE/UnB) a partir do dia 25/06 e darão encaminhamento a tarefas executivas para garantir a unidade nacional (como comunicação, negociações com o Governo, propaganda etc.).
No entanto, o CNGE NÃO SUBSTIUI a mobilização no chão de cada Universidade. Ao contrário, uma unidade nacional das pautas só tem razão e força para existir se cada uma das localidades estiver protagonizando ações unificadas que pressionem o Governo. E nós, estudantes da UnB, temos responsabilidade exemplar, pois estamos localizados no centro do poder político do Governo.

UM DESAFIO QUE MERECE NOSSA RESPONSABILIDADE
A tarefa será dura e exigirá paciência e muito empenho. O MEC já recebeu no dia 06/06, a solicitação de instalação de uma Mesa Nacional de Negociação com o CNGE, porém uma data ainda não foi confirmada. Não podemos depender da mesma “disposição” que o Governo vem demostrando na negociação com os professores e servidores, nas quais já desmarcou duas reuniões e até hoje não apresentou NENHUMA PROPOSTA sobre a reivindicação das categorias. Ou pressionamos efetivamente o Governo ou nada sairá: essa é nossa tarefa.
Os transtornos causados pela greve são a forma de fazer valer a voz de estudantes e trabalhadores perante as ingerências do Governo, que na “normalidade” de nossas atividades não nos escuta. Fugir a esta normalidade, portanto, é o único modo de lutar por melhores condições de estudo e trabalho para o nosso cotidiano. A greve já é um fato. A luta está aberta. E só a participação ativa dos estudantes poderá gerar forças pela vitória de nossas pautas, vitória que será para todos/as! TODOS/AS À GREVE!
Fique por dentro da greve. Participe das reuniões e atividades do Comando Estudantil de Greve da UnB, que passa a se reunir todas as segundas às 18h e quintas às 12h, no Ceubinho (Campus Darcy).
Blog: www.GREVEestudantilUNB.wordpress.com
Participe do ato de Greve da UnB pela Assistência Estudantil
3 de Julho
Concentração às 12h, no Ceubinho (Darcy)

2 comentários:

  1. Bando de preguiçosos. Os técnico administrativos entram em greférias e nunca repõem nada, quem perde são os alunos que não participam dos movimentos, isto é, a maioria dos estudantes.

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  2. O imobilismo acerca das questões mesmas da Universidade não justificam uma "não-greve". Nesse sentido, se a greve não tem uma participação massiva é porque é preferível (a teu exemplo) críticá-la ao invés de refletir acerca de suas motivações.

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