terça-feira, 7 de junho de 2011

E agora, José?

E agora, José
Que o Céu desabou?
Que o fogo subiu?
E a PM baixou?
E agora, José?
E agora você.
Você que fez nome
Em cima dos outros
Que lutam e protestam?

E agora?

Lesões em mulher,
Perseguição e abuso
Prisão em pleno Campus.
Como você pode dormir?
Como pode comer?
Meu Deus! Como pode?
A UnB se calou.
A casa nova não veio.
A assistência não veio.
Então veio a revelia,
O estudante surtou.
A casa caiu.
E tudo queimou.

E agora José.
Sua falta de palavra.
Sua, de Decanos e Chefes.
Sua falta de punho.
Sua postura tão reta.
Seu discurso é de ouro,
Mas sua atitude, de vidro.
Seria incoerência?
Já criamos ódio – E agora?

Se fosse você que gritasse,
Ou seu filho que gemesse?
Quando a polícia entrasse,
Agredindo o corpo e a mente.
E se na cadeia você dormisse?
E se a algema te apertasse?
E se te condenassem?
Mas você não “roda”,
Pois você é rico José!

Sozinho na cela,
Qual bicho-do-mato,
O estudante paga por lutar.
Responderá em juízo,
Enquanto o Sr. Magnífico marcha?
Se você marcha José,
Então marche pra longe!


João Ícaro de Andrade - Estudante de letras -português-

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