domingo, 8 de abril de 2012

Reforma Curricular - Propostas da AGEL de 4/4/12

Algumas sugestões e propostas apresentadas na Assembleia Geral de Estudantes de Letras no dia 04 de abril de 2012 para a reforma curricular do curso de licenciatura em Letras Português:

  • Pensar a importância das matérias de educação. Muitas vezes nós, enquanto estudantes, não percebemos a importância dessas matérias até começar, de fato, a dar aula. Às vezes o/a profissional se depara com alunos/as que possuem problemas educacionais que as disciplinas obrigatórias dos cursos de licenciatura na UnB não conseguem abarcar. É interessante pensar em como trabalhar as ementas das disciplinas do curso para aliá-las às disciplinas da educação, afinal de contas, é importante frisar que este é um curso de Licenciatura e não apenas de Linguística ou Literatura.
  • Proposta de uma disciplina específica de estágio em Literatura: Como a proposta de reforma curricular inclui quatro estágios, os/as estudantes são rigorosamente a favor de que uma delas seja específica para a área de ensino de Literatura, levando em consideração que apenas um Laboratório não é o suficiente e que essa é uma das maiores dificuldades encontradas pelos/as futuros/as profissionais, já que, até então, os estágios são todos voltados à leitura e produção de textos.
  • Trabalhar as ementas das disciplinas de Literatura ou criar diretrizes internas para direcionar as Literaturas ao ensino e à prática docente. Independente da área a qual pertence cada docente da UnB, eles/as precisam se adaptar e saber ensinar a literatura para quem vai se tornar professor/a. A teoria é importante, porém, foi frisado mais uma vez que se trata de um curso de LICENCIATURA, ou seja: voltado para a formação de professores/as.
  • Sobre pré-requisitos: as disciplinas propostas de Prática de Análise Linguística, Teoria e Prática de Análise do Texto Literário e Aquisição da Linguagem e Letramento foram bem vistas pelos/as estudantes, no entanto, questionou-se a posição delas no primeiro semestre sem haver Introdução à Linguística e Introdução à Teoria da Literatura como pré-requisitos. Uma sugestão para preencher a grade seria colocar, por exemplo, a cadeia de seletividade em Língua Estrangeira I, Libras e alguma disciplina da educação no primeiro semestre. Foi colocada, também, a importância de se ter Fonética e Fonologia como pré-requisito para a disciplina de História da Língua Portuguesa.
  • Algumas disciplinas, como Fonética e Fonologia, não conseguem, sozinhas, abarcar todo o conteúdo proposto. Uma proposta seria aumentar o número de créditos ou então dividir a disciplina em duas etapas (o que foi mais bem aceito): no caso de fonética e fonologia poderia haver uma única disciplina voltada apenas ao ensino da Fonética e à resolução de exercícios para fixação e outra para o estudo da fonologia e dos fenômenos que influenciam a língua. Essa proposta foi colocada na criação do currículo de licenciatura em Português no turno noturno. No entanto, houve uma divisão em duas disciplinas de 2 créditos e isso, claramente, prejudica não apenas a grade horária do/a estudante, mas também o seu desempenho. O que foi proposto não foi uma divisão da carga horária proposta, mas sim o aumento dessa carga horária em disciplinas específicas, sendo, então, uma disciplina de “Fonética”, que deveria abarcar uma compreensão mais aprofundada dos fonemas e do aparelho fonador, assim como exercícios de fixação que foram considerados fundamentais para compreensão da disciplina, e outra de “Fonologia”, que seria voltada aos fenômenos fonológicos da língua portuguesa, tendo, em média, 4 créditos cada. O mesmo pode ser aplicado a disciplinas como Morfologia e Sintaxe, que teve sua carga horária diminuída no currículo proposto. Essas últimas duas disciplinas ainda não foram discutidas a fundo, nessa reunião foi colocada em foco a disciplina de Fonética e Fonologia.
  • Foi questionada a quantidade de disciplinas propostas para Literatura em detrimento das de Educação e Linguística. Não que as disciplinas de Literatura não sejam importantes, no entanto, é preciso haver um foco, seja na proposta da disciplina ou na sua ementa, na formação de professores/as.
  • Sobre as disciplinas de Laboratório e observação de aulas: É importante pensar em como trabalhar as observações de sala, pois deve haver, nas disciplinas de estágio, o foco na PRÁTICA, que tem sido deixada muito de lado no currículo em vigor. Foi discutido, também, que a prática docente deve ser aplicada ainda cedo no currículo do curso, assim como a etapa de observação de aulas que, até então, é foco de uma única disciplina de estágio prejudicando o período destinado à prática. Dessa forma, sugeriu-se que a observação de aulas esteja já incorporada em outras disciplinas, como as disciplinas de LABORATÓRIO. A proposta é que a observação já esteja incluída na ementa de cada uma dessas disciplinas, levando em consideração que as disciplinas possuem 6 créditos cada e os/as professores/as nem sempre sabem como preencher os espaços e deixam sempre um dia livre destinado às leituras. Acreditamos que é possível, sim, pensar a teoria e incorporar à carga horária as observações de aula, o que vai enriquecer e muito o aprendizado da teoria e as discussões em cada uma dessas disciplinas.
  • A quantidade de disciplinas por semestre foi colocada em discussão e foi questionado se é possível colocar tantas disciplinas em um único semestre. Ao fim da discussão, foi colocado que é aceitável, até o quarto semestre, que o diurno tenha um mínimo de seis disciplinas e o noturno, cinco.
  • As ementas das disciplinas precisam ser trabalhadas de forma que, em algum momento, seja colocada em destaque a formação do/a professor/a. No entanto, não basta que isso seja posto apenas na ementa, pois os/as professores/as possuem diferentes formações e áreas de estudo. Assim, apenas a ementa não é capaz de garantir que as disciplinas sejam voltadas à licenciatura. Foi proposto, então, que fosse feita uma sugestão à comissão e ao próprio Instituto de Letras que seja criado um projeto institucional para o curso que possua diretrizes a serem seguidas pelos/as professores/as. Dessa forma, cada disciplina poderia ter um momento para se pensar a docência e os/as professores/as seriam levados/as a buscar soluções para adaptar suas disciplinas ao curso de LICENCIATURA.
  • A Assembleia sugeriu que fosse criada uma espécie de “subcomissão” dos/as estudantes, que seria aberta e guiada a partir de reuniões regulares que poderiam abarcar diversos pontos de vista sobre o curso e a proposta de reforma curricular, garantindo, assim, maior participação e voz dos/as estudantes.

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